It is not on the earth
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Poesias e confissões de um nipo-reformado
O tolo lerá mil vezes, mas jamais entenderá um poema.
quarta-feira, fevereiro 09, 2022
As duas mãos
Basta escolher, diz o tolo
Como se fosse uma simples decisão
Vire à esquerda ou à direita
E escolha entre a Morte ou o Sonho
Mas, de um lado, uma mão esmagadora
Desce violenta, empurrando o chão
Tragando árvores, animais, casas
Sugando-me a alma para baixo
Do outro, uma mão agarra a terra
E, por baixo, a ergue de uma vez
Fazendo tudo tremer e se desmanchar
Erigindo um monte intransponível
E, no meio, tremo eu, perdido
Vendo o Sonho sendo erguido além de mim
E os dedos da Morte me envolvendo
Rodando, em um chão que se desfaz nos meus pés
Em desespero, perco o céu e o inferno
Apenas vejo tudo se desmanchar
Enquanto rodo, uma, duas, mil vezes
Entre duas mãos que me ignoram
A dança do retorno
Feche os olhos, criança
Jogue sua cabeça pra trás
E se lembre do passado
Dos caminhos e modos
Que você trilhava antes
Deixe sua mente solta
Até que ela volte a trazer
As canções antigas
E os velhos rituais
Que o embalavam
Não resista ao chamado
Quando os velhos espíritos
Chamarem, mais uma vez, seu nome
Renda-se ao transe, abra seus olhos
E dance, uma vez mais, com os fantasmas