A maior mentira já contada...é a de que há conserto para tudo nesta vida.
A esperança dura...até o momento em que você se depara com algo que não tem conserto.
segunda-feira, dezembro 22, 2014
segunda-feira, novembro 10, 2014
Sinfonias...
Ao fundo, um leve sussurro
Quase um silêncio, um sopro
Uma voz do céu me exorta
A dobrar os joelhos e mirar o céu
Tão suave ela é, que mal a entendo
Exigente, demanda toda a minha atenção
Mas logo me canso, divago, me perco
E a voz volta a ser leve respiração
E logo ouço milhares de vozes
Uma sinfonia de músicas e sons
Sedutoras como o canto das sereias
Afagando meus ouvidos, roubando meu coração
Como pode um simples sussurro
Abafar orquestras inteiras?
Sons harmônicos e atonais
Músicas para qualquer plateia?
Ah, se pudesse, como o desejo!
Embarcar em todas as sinfonias
Viver mil vezes e experimentar
O pulsar de cada canção!
Ou escolher apenas uma e deixar-me conduzir
Perder-me nas notas, sejam elas quais forem
Guiado apenas pelas vozes que soam tão claras
A ponto de fazerem até meus ossos tremerem!
Quem me salvará? Quem me deterá?
Quem me levará de volta às câmaras do silêncio
Onde o suave sopro pode, de novo, ser percebido
Para que ouça, mais uma vez, a voz do Santo?
sexta-feira, outubro 17, 2014
Mensagem na garrafa
Nunca aqui...nunca ao alcance
Posso andar, correr...parar...
Tu não o permites
Sempre o ocultas de mim
Por que tornas contra mim a tua mão?
Se ando errado, por que não me corriges?
Tens prazer em ver-me assim, perdido,
Tropeçando, caindo e ferindo-me?
De que adianta sondar e expor
Se conservas-me como sou?
A cada dia pioro e apodreço
Até quando o esconderei?
Ou queres humilhar-me diante de todos?
Vivo aterrorizado, imaginando o dia
Em que já não poderei esconder minha nudez
E todos verão o que só nós conhecemos
Acaso é este o teu plano? Não te importas mais
Que tenha tomado Teu nome sobre mim?
Ou tens Tu prazer em minha destruição
E jubilarás no dia da minha vergonha?
Já não sei mais para onde olhar
Em todo lugar, só vejo trevas
Prostro-me, abro os livros
Mas nenhum resplendor encontro
Dizem "és rico", mas o ouro não brilha
Sirvo-me à mesa, mas continuo com fome
Bebo até a água escorrer dos lábios
Mas minha língua permanece cheia de sal
Se não sou pobre, onde está a minha riqueza?
Se não sou cego, por que não há luz?
Se tenho o pão e a água que são vivos,
Dize-me, Pai: por que sinto tamanho vazio?
Restam-me apenas as vestes
Mas já sinto as mãos a me agarrar
Prestes a tomar o meu manto
E a expor, enfim, a minha miséria
Que posso fazer-te, se minhas obras são imundas
Se não há como apagar o que se passou
Se a sujeira mancha tudo o que toco
E bem sabes o que há dentro de mim?
Não és tu o Salvador? Não resgatas os que estão perdidos?
Por amor de Ti mesmo, tira-me da ilha do meu exílio
Dai-me o que tanto busco, o que tanto anseio
Dai-me o tesouro que necessito receber
Ou, então, cerra sobre mim tuas mãos
E arranca-me enquanto ainda são poucos
Os que viram a minha nudez
Enquanto não há quem Te deixe por causa dela
Posso andar, correr...parar...
Tu não o permites
Sempre o ocultas de mim
Por que tornas contra mim a tua mão?
Se ando errado, por que não me corriges?
Tens prazer em ver-me assim, perdido,
Tropeçando, caindo e ferindo-me?
De que adianta sondar e expor
Se conservas-me como sou?
A cada dia pioro e apodreço
Até quando o esconderei?
Ou queres humilhar-me diante de todos?
Vivo aterrorizado, imaginando o dia
Em que já não poderei esconder minha nudez
E todos verão o que só nós conhecemos
Acaso é este o teu plano? Não te importas mais
Que tenha tomado Teu nome sobre mim?
Ou tens Tu prazer em minha destruição
E jubilarás no dia da minha vergonha?
Já não sei mais para onde olhar
Em todo lugar, só vejo trevas
Prostro-me, abro os livros
Mas nenhum resplendor encontro
Dizem "és rico", mas o ouro não brilha
Sirvo-me à mesa, mas continuo com fome
Bebo até a água escorrer dos lábios
Mas minha língua permanece cheia de sal
Se não sou pobre, onde está a minha riqueza?
Se não sou cego, por que não há luz?
Se tenho o pão e a água que são vivos,
Dize-me, Pai: por que sinto tamanho vazio?
Restam-me apenas as vestes
Mas já sinto as mãos a me agarrar
Prestes a tomar o meu manto
E a expor, enfim, a minha miséria
Que posso fazer-te, se minhas obras são imundas
Se não há como apagar o que se passou
Se a sujeira mancha tudo o que toco
E bem sabes o que há dentro de mim?
Não és tu o Salvador? Não resgatas os que estão perdidos?
Por amor de Ti mesmo, tira-me da ilha do meu exílio
Dai-me o que tanto busco, o que tanto anseio
Dai-me o tesouro que necessito receber
Ou, então, cerra sobre mim tuas mãos
E arranca-me enquanto ainda são poucos
Os que viram a minha nudez
Enquanto não há quem Te deixe por causa dela
sexta-feira, março 14, 2014
O tempo do Caos
Dias de terror, noites de desespero!
É chegado o tempo do Caos
E não há como dele se evadir!
Gemei e chorai, seu reino começou!
Os que fogem, cedo tropeçam
As pernas tremem diante de seu terror
Impiedoso, ele esmaga os caídos
E cavalga sobre o peito dos fugitivos
Toma os homens pelas pernas e os lança ao ar
Torna a apanhá-los e os arremessa ao chão
Pula e cai em cima de suas cabeças
Perfura-lhes o tórax e devora seus corações
Despeja ácido nas chagas dos feridos
E se diverte com os gritos e gemidos
Cobra, aos berros, que eles gemam mais alto
Enquanto enfia seus dedos na carne viva dos enfermos
Quem dele escapará? Perdido estou, caído em suas mãos
Ele reinará todos os dias que lhe foram destinados
Nesse tempo, ai dos que caem sob seu poder!
Alívio algum terão em seus tormentos!
quinta-feira, janeiro 30, 2014
Eterna
Enganosa é a força dos vivos
A vida, tão cheia de sons e movimentos
Não passa de fumaça e ilusão
Ocultando nossos reais feitos
Só são vistas quando passamos
Quando os vivos viram fantasmas
Aí sim conhecemos a sua força
E percebemos que seres pequenos
Viram fantasmas terríveis
Espíritos que se recusam a partir
Em marcas que nunca se fecham
E que criaturas vistosas
Tão belas e irresistíveis
Eram flores sem raízes
Levadas em um sopro ou dois
É só à noite, quando os mortos revivem
E os fantasmas lutam na escuridão
Que medimos, enfim, o seu real valor
E sabemos o que é eterno...e o que nunca podia ser
sexta-feira, janeiro 24, 2014
De que adianta ver os anjos do céu
Se só podemos contemplá-los de longe?
Sem que eles baixem os olhos à terra
E agraciem os mortais com um sorriso?
Por que, descer assim das alturas
Mostrar glórias que desconhecemos
Um esplendor hipnótico e irresistível
Se não te importas com os mortais?
A devoção enche-lhes o coração
Extasiados, preparam homenagens
Redigem poemas, escrevem canções
Tudo inútil, tudo em vão
É para cima que olham os anjos
Se passeiam aqui, mal nos observam
Nossa devoção não os toca
Desprezam nossos presentes
Por que descem e nos encantam
Se nada querem ou desejam
Das criaturas que vivem cá embaixo?
Se é sadismo ou inocência, não o sei
O que sei é que devemos fugir deles
De suas visões e epifanias mortais
Que encantam e aprisionam
E produzem um culto intenso...e inútil
Se só podemos contemplá-los de longe?
Sem que eles baixem os olhos à terra
E agraciem os mortais com um sorriso?
Por que, descer assim das alturas
Mostrar glórias que desconhecemos
Um esplendor hipnótico e irresistível
Se não te importas com os mortais?
A devoção enche-lhes o coração
Extasiados, preparam homenagens
Redigem poemas, escrevem canções
Tudo inútil, tudo em vão
É para cima que olham os anjos
Se passeiam aqui, mal nos observam
Nossa devoção não os toca
Desprezam nossos presentes
Por que descem e nos encantam
Se nada querem ou desejam
Das criaturas que vivem cá embaixo?
Se é sadismo ou inocência, não o sei
O que sei é que devemos fugir deles
De suas visões e epifanias mortais
Que encantam e aprisionam
E produzem um culto intenso...e inútil
sexta-feira, janeiro 10, 2014
Adeus...
Não importa...por mais esforço que se faça
É sempre pra baixo que se vai
Quanto mais se foge, mais a terra abre a boca
Enorme, grotesca e faminta
Faço-lhe súplicas, mas é inútil
Cansou-se de esperar pelo meu fim
Quer chupar agora os meus ossos
Enquanto minha carne escorre de seus lábios
Fujo, mas a força se esvai
Não vejo mais luz, foi-se a esperança
As trevas se fecham sobre mim
Já não há mais a quem recorrer...
É sempre pra baixo que se vai
Quanto mais se foge, mais a terra abre a boca
Enorme, grotesca e faminta
Faço-lhe súplicas, mas é inútil
Cansou-se de esperar pelo meu fim
Quer chupar agora os meus ossos
Enquanto minha carne escorre de seus lábios
Fujo, mas a força se esvai
Não vejo mais luz, foi-se a esperança
As trevas se fecham sobre mim
Já não há mais a quem recorrer...
quinta-feira, janeiro 09, 2014
Céu
Não me prometa raízes
Correntes que me prendam firmemente
Unindo-me à terra, fundindo-me a ela
Até que, enfim, me transforme em pó
Prometa-me asas e dai-me o céu
Diga que me arrancarás do solo
Que voarei em meio as nuvens
Livre, para ir onde quiser
Ilude-me, tira-me da realidade
Deixa-me sentir, mais uma vez
O gosto da loucura de um sonho
O vento batendo no rosto
Porque a vida é céu, é sopro
Mas a morte é chão, é pó
E ainda que, um dia,
Tenha que vir ao chão...
Ao menos, me resta o consolo
De saber que, enquanto voar,
Estarei vivo e livre
E, com sorte, feliz
Correntes que me prendam firmemente
Unindo-me à terra, fundindo-me a ela
Até que, enfim, me transforme em pó
Prometa-me asas e dai-me o céu
Diga que me arrancarás do solo
Que voarei em meio as nuvens
Livre, para ir onde quiser
Ilude-me, tira-me da realidade
Deixa-me sentir, mais uma vez
O gosto da loucura de um sonho
O vento batendo no rosto
Porque a vida é céu, é sopro
Mas a morte é chão, é pó
E ainda que, um dia,
Tenha que vir ao chão...
Ao menos, me resta o consolo
De saber que, enquanto voar,
Estarei vivo e livre
E, com sorte, feliz
Terra
Quando o céu desbota
Como se pode olhar pra cima?
Se não há azul ou vermelho,
Mas apenas o monótono cinza?
Os olhos baixam e veem
Que a terra bem pode ter defeitos
Mas ainda é cheia de encantos
Cores que explodem aqui e ali
E, assim como vestes desbotam com o tempo
Os sonhos celestes também empalidecem
Na espera há alegria,
Mas o tempo leva embora a esperança
E ainda que tudo ao redor seja deserto
O amarelo das areias ainda parece mais vivo
Se a terra é escura e úmida
Ainda vejo o verde das árvores
Quando o céu desbota
Como se pode olhar pra cima?
Se não há azul ou vermelho,
Mas apenas o monótono cinza?
Como se pode olhar pra cima?
Se não há azul ou vermelho,
Mas apenas o monótono cinza?
Os olhos baixam e veem
Que a terra bem pode ter defeitos
Mas ainda é cheia de encantos
Cores que explodem aqui e ali
E, assim como vestes desbotam com o tempo
Os sonhos celestes também empalidecem
Na espera há alegria,
Mas o tempo leva embora a esperança
E ainda que tudo ao redor seja deserto
O amarelo das areias ainda parece mais vivo
Se a terra é escura e úmida
Ainda vejo o verde das árvores
Quando o céu desbota
Como se pode olhar pra cima?
Se não há azul ou vermelho,
Mas apenas o monótono cinza?
Dançar...
...como se não houvesse amanhã.
quinta-feira, janeiro 02, 2014
Das músicas de retorno
Minha primeira descoberta musical de 2014 foi o John Newman. E foi uma música de retorno, a "Love Me Again". Como eu gostei dela, acabei resolvendo fazer um pequeno post sobre o assunto.
É curioso como as músicas de arrependimento e pedido de volta de namoro são, normalmente, cantadas por homens. Certa vez, conheci alguém que me disse que, se um ex quisesse voltar pra ela, teria que cantar essa música:
Nunca fiz um pedido musical de retorno. Mas, se um dia fizesse, não seria tão poético. Teria que ser algo assim, mais na linha do Newman:
E, embora a maioria das músicas de retorno sejam cantadas por homens, as mulheres capricham quando resolvem cantar uma. Vira um clássico:
Pra fechar e deixar tudo empatado, uma brasileira, daquelas que, se cantassem pra mim, dava pra dar uma balançada:
E você, que música cantaria? E qual gostaria que cantassem pra você?
"And we'll never be royals
It don't run in our blood
That kind of lux ain't for us
We crave a different kind of buzz..."
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