Não me prometa raízes
Correntes que me prendam firmemente
Unindo-me à terra, fundindo-me a ela
Até que, enfim, me transforme em pó
Prometa-me asas e dai-me o céu
Diga que me arrancarás do solo
Que voarei em meio as nuvens
Livre, para ir onde quiser
Ilude-me, tira-me da realidade
Deixa-me sentir, mais uma vez
O gosto da loucura de um sonho
O vento batendo no rosto
Porque a vida é céu, é sopro
Mas a morte é chão, é pó
E ainda que, um dia,
Tenha que vir ao chão...
Ao menos, me resta o consolo
De saber que, enquanto voar,
Estarei vivo e livre
E, com sorte, feliz
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